ÁLVARO FERNANDO FERREIRA PINTO
Falar da Rádio Clube de Arganil é falar deste grande homem que se chamou Álvaro Fernando Ferreira Pinto.
Vindo de Lisboa para Arganil na década de oitenta, começou por colaborar ainda com Fernando Brandão na rádio «PIRATA» que funcionou vários anos na casa deste.
Após a legalização em 1987 e o início do funcionamento das emissões regulares nas instalações no Largo Padre Manuel Vasconcelos Delgado, Fernando Pinto viria a assumir-se como o seu verdadeiro pilar na sua consolidação e expansão na nossa região.
Foi locutor de vários programas, destacando-se o «OLÁ MANHû cabendo-lhe abrir a estação, no tempo em que fechava durante a noite, com a Recordação de Arganil, um tema da nossa filarmónica. Fê-lo durante muitos anos, assim como o ALMOÇO E SIMPATIA entre as 13 e as 15 horas, a «ONDA DA AMIZADE» aos domingos entre as 7 e as 12 horas ou outros programas que ficarão para sempre na nossa memória como o «CANTINHO DOS PINTASSILGOS» conjuntamente com a esposa Manuela Pinto.
Fernando Pinto foi um homem da rádio que amava sem limitações de tempo. Disponibilizava-se para acorrer à Aveleira para verificar as avarias provocadas pela trovoada, transportava os aparelhos avariados para a empresa responsável, fazia reportagens, trabalhava-as e colocava-as no AR mesmo sem ser jornalista, mesmo sem ter o curso mas revelando muita experiência e consciência daquilo que é a rádio e as suas necessidades.
Era frequente encontra-lo na rua de microfone na mão sempre que algum acontecimento acontecia, na cobertura de outros eventos, no futebol, ou nas entrevistas de estúdio.
Viveu sempre com muita dedicação esta causa sempre sem olhar ao relógio, sempre sem olhar para o tempo, não temendo tempestades e trovoadas como muitas vezes aconteceu.
Por tudo isto, não temos qualquer receio em afirmar que a Rádio Clube de Arganil tem uma grande dívida de gratidão para com este homem e, a melhor homenagem que lhe pode ser prestada é recordá-lo com saudade e como exemplo de dedicação e profissionalismo.
Por todo o seu percurso, colaboração e importância na construção e na consolidação da Rádio na nossa região, a direcção entendeu perpetuar a sua memória através da colocação de uma placa que seguidamente vamos descerrar.
ARMINDO DOS ANJOS NEVES
Em 1991, Armindo Neves deslocou-se de Góis ao Rádio Clube de Arganil para participar num programa de Fernando Pinto. Este, ao reconhecer as suas qualidades e potencialidades de comunicação, apesar da sua simples 4ª classe, logo ali lhe endereçou o convite para que colaborasse com um programa que promovesse a serra, os serranos, as suas gentes, as suas tradições e o seu folclore.
Nasceu, naquele ano, «ROSTOS DA SERRA», um programa que foi uma das marcas da Rádio Clube durante 20 anos, comemorados em Outubro de 2011, iniciado com a colaboração do irmão Mário Neves e da filha Tânia Neves, na época ainda muito jovem.
Estava descoberto um talento, um homem com uma grande facilidade de comunicação, capaz de estabelecer uma conversa com gente simples ou com gente mais letrada. Um homem que era capaz de cativar o auditório, com palavras simples mas sentidas, que às 21 horas de quarta-feira, já o esperava com os ouvidos colados à telefonia.
Em 2003, a saúde débil de Fernando Pinto levam-no a abandonar o programa da manhã. Quem melhor que Armindo Neves, com as suas capacidades de comunicação e de estabelecer empatia com o auditório para o substituir?
Começou aí uma nova etapa na nossa rádio. Um grande comunicador que sai, um grande comunicador que entra e rádio mantém o mesmo nível e a qualidade.
Neste programa, Armindo Neves estabelece verdadeiros laços de amizade com os ouvintes, escuta os seus problemas, aconselha-os e conforta-os. Era este o grande segredo deste homem que, com as suas palavras chegava ao coração dos ouvintes, daqueles que tinham nele a sua companhia e o alento necessário, qual tónico revigorador para a própria vida.
Criou o Clube das madrinhas e padrinhos do programa «AMANHECER» e começou a organizar os convívios dos seus dois programas que proporcionaram momentos inigualáveis e indescritíveis de convívio entre os ouvintes e uma fonte de receita assinalável para a nossa tesouraria.
Foi também responsável por outros programas e assumiu, durante vários anos, as funções de agente comercial, cargo que exerceu com grande dedicação e profissionalismo. Quantas vezes, entrava na rádio às 7 horas da manhã e a abandonava já para além da meia-noite tendo ainda pela frente a viagem até Góis e ter que regressar antes do Sol nascer.
Recordar Armindo Neves é recordar o bom serrano, o homem humilde que tão bem representava o povo desta vasta região.
O homem que criava laços de amizade com uma enorme facilidade, que ia com frequência ao encontro dos seus ouvintes que considerava como sua família e que com eles convivia.
O homem que ajudava a divulgar muitos grupos da nossa região que trazia aos seus programas para divulgarem a sua música e as suas actividades.
O SENHOR ARMINDO, como tão carinhosamente era citado pelos ouvintes, deixou-nos um importante legado, um importante tesouro, a AMIZADE. Orgulhava-se das suas origens, da sua família que muito amava, da sua terra, o Cadafaz, e frequentemente, costumava dizer que o seu segundo amor era mesmo a Rádio.
Deixou-nos, pois, uma grande responsabilidade. Compete-nos a todos nós, directores, colaboradores e funcionários, continuar esta obra cuja semente lançou à terra e cujos frutos começou a colher. A qualidade e a audiência da rádio dependem muito das qualidades e das capacidades de quem utiliza o microfone.
Por tudo aquilo que representou, pelo seu amor e carinho a esta causa, pelo seu contributo para o crescimento e maturidade da Rádio na nossa região e fora dela, a direcção entendeu perpetuar a sua memória através da colocação de uma placa que seguidamente vamos descerrar.
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