O presidente do PSD, Rui Rio, visitou, ontem, os Bombeiros Voluntários de Arganil, onde defendeu que “devemos acarinhar o voluntariado mas não podemos esperar que o voluntariado consiga resolver aquilo que em nenhum sector da sociedade consegue ser feito sem ser com profissionalismo”. Constatando que “temos de ter um corpo profissional apoiado por voluntários”, o dirigente do PSD, que, no âmbito desta visita, reuniu também com a Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal, o Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões e a Associação de Produtores Florestais do Concelho de Arganil, criticou, contudo, a existência de uma viatura com 50 anos, na referida corporação, alegando que “mesmo que tenha uma manutenção fantástica, a qualquer momento pode acontecer qualquer coisa e não é compaginável com uma situação de emergência”. “Isso deriva de uma má organização orçamental que o país tem há muitos anos e não é só nos bombeiros, mas nos hospitais, no património edificado, é em todo o lado”, continuou, declarando que “temos que ter um modelo orçamental na componente de manutenção que seja uma componente vital, é uma rentabilidade negativa quando fazemos um investimento e não prevemos que esse investimento tenha que ter uma manutenção”.Já Pedro Pereira Alves, lamentando que “vivemos numa região que (…), por vezes, os políticos dão menos atenção”, referiu que, ao nível do combate aos incêndios, é necessário assegurar “a segurança dos nossos aglomerados locais”, através de “medidas concretas”, nomeadamente com “a criação de anéis à volta desses aglomerados com alguma largura para proteger as aldeias”. Constatando que “um dia destes ninguém quer vir para aqui”, o presidente de direcção dos Bombeiros Voluntários Argus sublinhou que “se não houver esses anéis de protecção, proponho aceiros” que permitam “fazer o combate aos incêndios e proteger a aldeia”. Ressalvando que “há também a necessidade de segurança de quem circula nas vias de comunicação”, o dirigente dos Bombeiros de Arganil acrescentou que “um terceiro ponto muito importante no meu ponto de vista é o planeamento florestal”.Aproveitando a visita de Rui Rio, Nuno Costa pediu também que “se criem incentivos para que o voluntário venha ainda com mais vontade e que apareçam mais pessoas para defender a nobre causa dos bombeiros”. Lembrando que, aquando os incêndios de 2017, “os Bombeiros de Arganil defenderam a sua área de intervenção quase sozinhos, com nove veículos”, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arganil assegurou que “nós não abandonámos as nossas populações mas simplesmente não conseguimos chegar a todas”. Lamentando a falta de acompanhamento “por parte das entidades”, Nuno Costa explicou que “temos dois veículos com 50 anos mas completamente operacionais, pois tem havido um grande esforço de manutenção e só assim é que ainda estão operacionais”. Relativamente à profissionalização dos bombeiros, o comandante defendeu que “temos lugar para todos, para o profissional e para o voluntário”, estando “o profissional na primeira linha e o voluntário como apoio a essa primeira linha”, sustentou.