Tendo como pano de fundo a realização da Assembleia Geral da Misericórdia, marcada pela aprovação, por unanimidade, do respetivo relatório de atividades e contas, o Provedor da Instituição, José Dias Coimbra, enalteceu o papel das parcerias, nomeadamente locais, para a implementação de diversos projectos de intervenção comunitária. A esse propósito destacou o desempenho da Rede Local de Intervenção Social (RLIS) que, com os seus 9 gabinetes de atendimento, garantem a cobertura do território do Concelho de Arganil e aproxima os cidadãos a um vasto leque de serviços de natureza social e não só. Frisou ainda, a colaboração ao nível do Programa das cantinas sociais e que em 2016 serviu mais de 26 mil refeições, através de uma rede estabelecida em parceria com diversas instituições. De acordo com este responsável a Misericórdia apoia mensalmente, por intermédio de toda a sua estrutura, cerca de 700 cidadãos, tendo para isso uma vasta equipa de mais de 140 colaboradores.No entanto, foi mais uma vez a questão do Cineteatro Alves Coelho que marcou a reunião magna, com o presidente da Mesa da Assembleia Geral, António Carvalhais da Costa, a destacar o papel que aquele órgão teve ao definir o modelo e as cláusulas que consubstanciaram a escritura pública celebrada com a autarquia em 2008.Para António Carvalhais da Costa, a decisão do tribunal de Coimbra veio ao encontro do preconizado pela Assembleia Geral quando estabeleceu o modelo de cedência do referido imóvel, sendo fundamental a Misericórdia encontrar uma solução, não sem antes chamar a Câmara à responsabilidade face ao estado em que esta devolveu o emblemático espaço arganilense ao seu legítimo proprietário.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a este propósito, chamou a atenção para o estudo já na posse da Instituição e que configura um montante significativo para o restabelecimento das condições em que o Cineteatro se encontrava em 2008.Mariano Canales, irmão da Misericórdia, lançou uma proposta que veio a ser acarinhada pelo Provedor. Neste caso, e de acordo com o referido associado, o edifício do cineteatro suscita enorme curiosidade, representando um período da história da arquitetura portuguesa e da cultura que deve ser preservado. Para tal, “o lançamento de uma campanha assente na venda de lugares da fila zero era importante, não só para angariar alguns fundos, mas, especialmente, mobilizar capital humano destinado à reabilitação do edifício”.Esta iniciativa deverá estabelecer o custo de cada lugar que, associado ao NIB da Instituição, possibilitará a qualquer interessado adquirir os lugares que entender durante um determinado período de tempo ainda a definir.Este contributo solidário será exclusivo a esta causa, devendo a divulgação da iniciativa, para além da página oficial da instituição, ser feita através de diferentes parceiros para alargar o raio de ação desta ideia. Uma acção deste género, para além de ser inovadora, chamará a atenção nacional e internacional para a necessidade dos poderes políticos, e a própria sociedade civil, procederem a um contributo decisivo na recuperação deste imóvel. O Provedor, José Dias Coimbra, salientou ainda, que “estarão agora reunidas as condições para que o grupo de Trabalho criado para pensar o conceito do Cineteatro possa debruçar-se sobre esta temática, tendo por base algo de concreto, não só porque o estudo ao estado do imóvel está concluído, mas porque existem diversas ideias para a sua recuperação”.