Quem trabalha com turistas trabalha com pessoas. E um dos grandes desafios que o setor do turismo tem pela frente é a capacidade de perceber que, à medida que as pessoas viajam mais, aumenta igualmente a sua exigência. Estamos perante uma nova economia também no turismo, a economia do conhecimento. Esta foi uma das ideias-chave que marcou a sessão de encerramento do Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”. Durante três dias, o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, foi palco de um animado debate sobre o presente e o futuro de um sector decisivo para a economia portuguesa. O Primeiro-Ministro marcou presença na sessão de encerramento, num sinal de reconhecimento ao mérito do evento. No discurso com que se concluíram os trabalhos, António Costa destacou o trabalho conjunto que tem vindo a ser feito entre o Centro de Portugal e as regiões espanholas vizinhas: “A fronteira tem de deixar de ser uma linha de separação para ser um ponto de união, para criarmos em conjunto um grande mercado. O que tem sido feito pelo Turismo do Centro, Extremadura e Castela e Leão é um excelente exemplo”, frisou. O Primeiro-Ministro destacou ainda que o crescimento do turismo em Portugal não se deve à conjuntura internacional, mas sim à qualidade crescente da oferta turística no nosso país: “Portugal tem investido, ao longo de mais de dez anos, na formação, na criação de novas rotas, numa estratégia inteligente de promoção e de diversificação da nossa oferta turística”. Como consequência, disse, “o crescimento da economia nacional, a fortíssima redução do desemprego e a criação de emprego deve-se muito ao sector do turismo, que representou, em 2016, mais de 16% no conjunto das exportações de bens e serviços e 49% nas exportações só no sector dos serviços”.Antes, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, tinha apresentado a sua visão sobre a realidade do turismo, na região e não só: “Hoje, viajar não representa apenas um prazer, é uma necessidade. As novas gerações alimentam esta nova economia. Esta economia do conhecimento implica que façamos as nossas escolhas, que definamos as nossas prioridades, que corramos riscos”. Uma dessas prioridades é olhar para as regiões vizinhas, como Castela e Leão e a Extremadura, como estratégicas para um crescimento ainda maior do turismo no Centro de Portugal, como foi reafirmado, por várias vezes, ao longo do Fórum. “Os novos modelos organizacionais abrem grandes possibilidades para que os territórios trabalham em conjunto. Já não se trata apenas de municípios com municípios, estamos a falar de desígnios maiores entre fronteiras”, sublinhou Pedro Machado. Os resultados estão à vista. O Centro de Portugal atingiu, em 2016, as cinco milhões de dormidas e a tendência é para continuar a crescer a dois dígitos. No mesmo ano, registou 270 milhões de euros em receitas hotelaria, 100 milhões de euros em viagens e mil milhões de euros em restauração e bebidas. Dirigindo-se ao Primeiro-Ministro António Costa, Pedro Machado deixou uma última mensagem: “Alcançarmos resultados é fazermos as pessoas mais felizes. As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”.