Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas, presidiu ontem á sessão solene de abertura da 36.ª FICABEIRA – Feira Industrial, Comercial e Agrícola da Beira Serra e Feira do Mont’Alto que decorre no Sub-Paço daquela vila até ao próximo domingo. O governante aproveitou para dar a conhecer alguns dos objectivos “daquilo que é a política do governo em matéria florestal”, defendendo a descentralização de alguns serviços e de certa forma respondendo a Ricardo Pereira Alves que antes tinha manifestado a vontade de acolher em Arganil o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. “A descentralização das competências do Estado para os municípios é um caminho que temos de continuar a fazer”, afirmou Miguel Freitas, lançando em seguida, um desafio aos autarcas presentes, nomeadamente aos presidentes das Câmaras de Arganil, Pampilhosa da Serra e Tábua, no sentido de terem “um olhar para estes territórios na lógica intermunicipal”. Defendendo a necessidade de os municípios “trabalharem em conjunto”, o secretário de Estado alertou que “se a floresta não for gerida, fica mais densa, e os incêndios propagam-se com mais densidade”. Antes da sua intervenção, já Ricardo Pereira Alves se tinha dirigido ao Governante, com a temática da floresta. O autarca afirmou que no concelho de Arganil, “a floresta assume particular relevância”, realçando que, entre 2005 e 2014, “o volume de negócios nas áreas da Agricultura e Pescas, que inclui a área Florestal, passou de 3,34 milhões de euros para 12,22 milhões de euros, ou seja, cresceu mais de 265 %”. Recordando ainda que “a autarquia abriu mais de 50 kms de estradas florestais, procedeu à manutenção de quase 3000 kms da rede viária florestal e procedeu a intervenções de silvicultura preventiva em cerca de 2000 kms da rede viária municipal”, o presidente da Câmara Municipal de Arganil, revelou ainda que “estimulámos o aproveitamento energético dos resíduos florestais e a dinamização do sector das madeiras, criando as condições necessárias para a instalação de uma nova indústria”, promovendo “outras acções que permitiram a protecção da nossa floresta”. Enaltecendo o surgimento da Unidade de Missão para a Valorização do Interior e a elaboração do Programa Nacional para a Coesão Territorial que prevê a “deslocalização de serviços públicos da Administração Central em prol da descentralização”, o autarca aproveitou o momento para confessar que “gostaríamos de poder acolher, em Arganil, um serviço público da Administração Central que, face à nossa íntima ligação à floresta, faz todo o sentido ser o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas”. “Não existe, hoje, nenhuma razão para que o ICNF esteja localizado em Lisboa e não esteja mais próximo dos territórios onde o seu trabalho tem maior expressão e envolvimento, como é o caso da Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor e da Mata da Margaraça, que é Reserva Biogenética do Conselho da Europa”, sustentou