Torre da Paz em Benfeita, Arganil, assinala há 73 anos o fim da II Guerra Mundial

A Benfeita foi a primeira aldeia do país a ter conhecimento do terminus da II Guerra Mundial. Na ocasião, em 7 de Maio de 1945, pelas 14h:00, para celebrar a boa nova, foram dadas 1620 badaladas no sino da denominada Torre da Paz, desta aldeia do xisto do concelho de Arganil. Tradição que já tem 73 anos e que segunda feira se repetiu á mesma hora. A notícia de que a guerra tinha acabado chegou, segundo José Pinheiro, “pela voz de um funcionário de uma empresa inglesa, casado com uma habitante da aldeia”. Assim sendo, foi “um motivo para celebrar e estrear o sino acabado de colocar” na Torre da Paz, construída por iniciativa de Mário Mathias, jurista natural de Benfeita, tendo sido concluída nos primeiros meses de 1945. Em declarações ao RCATorre da Paz, o presidente da Junta de Freguesia da Benfeita, explicou que as badaladas “são tantas quantos os dias em que durou a II Guerra Mundial”, tradição que se repete até aos dias de hoje, uma vez que, acrescentou, “o dispositivo já está programado para quando chega aquela altura disparar”. “Temos é que dar corda ao relógio que é manual”, ressalvou, revelando que, no dia 7 de Maio, “temos de lhe dar corda duas ou três vezes, tocando o sino a tarde toda”. Este ano a ADXTUR e a Câmara Municipal de Arganil, associaram-se á festa, que começou domingo com a realização de um concerto pelo pianista, compositor e musicólogo, Hélder Bruno, que apresentou a suite “A presença, serena e terna”, seguindo-se um lanche, no qual o público teve a oportunidade de degustar os “sabores da Benfeita”, confeccionados pelos habitantes da freguesia como é o caso de “chouriças, bucho, serradura, queijo e broa”. “Há pessoas que aproveitam esta festa para celebrar a paz e para conhecer a aldeia e a região envolvente”, adiantou o autarca local, o que acontece essencialmente “quando calha ao fim-de-semana em que aparece muita gente”. Até porque, sustentou, “é um evento divulgado a nível nacional e às vezes, aparecem pessoas de fora para assistir”. Regozijando-se sobretudo pelo facto da ADXTUR se ter juntado á festa, José Pinheiro recordou que, antigamente, “quando havia um grupo de cantadeiras, muitas das vezes, iam entoar alguns temas relacionados com a Benfeita e com a Torre da Paz”. O também artesão aproveitou ainda a oportunidade para recordar os prejuízos que os incêndios do ano passado causaram á freguesia, confessando que “estamos a ter muita dificuldade em conseguir recuperar os estragos que o fogo fez, assim como o que a água fez”. O autarca local mostrou-se, por exemplo, bastante preocupado com o Caminho do Xisto existente na Benfeita, uma vez que, secundou, “é um caminho por onde passam muitos visitantes”.

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