Os incêndios, ocorridos em meados de Outubro, e que em São Martinho da Cortiça provocaram uma vítima mortal, deixando desalojadas oito famílias, e onde ainda arderam 18 casas de segunda habitação e 3 indústrias, foram a tónica dominante da sessão solene de abertura da XXXI Feira Franca – Feira de Artesanato, Comercial, Industrial, Gastronómica e Cultural. Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, aproveitou desde logo o momento para dar a conhecer algumas das soluções preconizadas pelo Governo para financiar os prejuízos dos incêndios, apelando á comunicação social presente, que fizesse “eco” das mesmas. Assim sendo relativamente aos prejuízos com as primeiras habitações, “as soluções estão muito consolidadas, o Estado através das CCDR´s assumirá essas responsabilidades e haverá recursos financeiros”. Em relação às empresas, para os prejuízos até 235 mil euros haverá uma comparticipação do Estado de 85%, e os restantes 15% terão que ser assumidos pelo empresário ou através de um empréstimo bancário com juros bonificado, para intervenções superiores a esse valor, a comparticipado será de 70%, mas o remanescente também poderá ter um instrumento financeiro com juros bonificados. No que concerne á agricultura os prejuízos até 5000 mil euros serão comparticipados a 100%, entre os 5000 e os 50.000 terá uma comparticipação de 85% e o prejuízo superior a esse valor, á partida, será de 50%, mas “nesta área a informação ainda é difusa”. Agradecendo “o apoio de todas as instituições e voluntários que colaboraram desde a primeira hora na ajuda às vítimas dos incêndios”, o edil, mostrou-se preocupado com “um problema que não tem sido discutido pelo Governo e que tem a ver com o amanha, no que será a nossa floresta, no que será o espaço florestal do nosso concelho, que mereceria um processo de planeamento e ordenamento que conseguisse conciliar várias espécies florestais”, garantindo, que se o “Governo não tomar essa medida do ponto de vista normativo, temos todos o dever de tentar definir um processo de planeamento para a nossa floresta”. Uma vez que o certame este ano teve uma matriz solidária, tendo a Junta de Freguesia, entidade organizadora, gasto, “o menos possível, para puder angariar fundos para ajudar as pessoas que tiveram bastantes prejuízos com os incêndios”, depositando essa diferença de verba numa conta solidária, Manuel Fidalgo iniciou a sua intervenção, “reconhecendo e valorizando todo o trabalho que os voluntários têm feito pelas vítimas dos incêndios, bem como á equipa da Casa do Povo, pelo excelente trabalho realizado”. Posteriormente o presidente da Junta de Freguesia de São Martinho da Cortiça, elencou algumas obras que gostaria de ver concluídas até final do próximo ano, solicitando a ajuda da autarquia, em especial do presidente do município, para esse efeito. “Gostaríamos de inaugurar o Centro de Saúde, cuja obra esta quase concluída, até ao final do ano, alcatroar a rua principal e a estrada que dá acesso às Fronhas, uma ETAR na Sanguinheda, há duas ruas em Saíl que não têm saneamento”, apontou o autarca local, entre outras obras solicitadas. Manuel Fidalgo congratulou-se em seguida “com uma das melhores obras que o município vai fazer para o baixo concelho, a nova captação de águas da Alagoa para abastecer toda esta zona”, que, frisou, “ fará com que tenhamos água de maior qualidade”.