Entrevista a Miguel Dias, presidente da Comissão Politica Concelhia do PS em Arganil

Como se proporcionou a sua candidatura? Que motivos o levaram a candidatar-se?

 A minha candidatura começou a ganhar forma após ter sido desafiado por vários militantes a encabeçar uma lista congregadora das várias sensibilidades do PS de Arganil. Esses mesmos militantes definiram-me como uma pessoa capaz de gerar consensos e que essa era a característica que o Partido Socialista de Arganil mais precisaria, neste momento, para criar uma dinâmica de união rumo à vitória nas autárquicas de 2021.

Quais os principais objectivos ou metas a atingir neste mandato de dois

anos?

Contribuir para aproximar todos os socialistas do concelho a uma causa comum, bem como congregar o crescente número de munícipes descontentes com o estado em que os últimos mandatos do PSD local sujeitaram este Concelho.

A vitória nas próximas autárquicas e a devolução ao Concelho de Arganil da dignidade que merece, da evolução económica, social, desportiva e cultural, a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes, investir nas famílias e nas pessoas, contribuir para a fixação dos jovens no Concelho.

Foi candidato único, ainda assim houve uma boa afluência de militantes?

A afluência do meu ponto de vista foi bastante positiva, uma vez que sendo candidato único houve mais de 50% de eleitores em todas as secções (Arganil, Côja e Folques) e a lista por mim encabeçada foi eleita com 90% dos votos. É um estímulo importante para o trabalho que todos temos pela frente.

Gostaria de ter tido adversário ou adversários neste acto eleitoral?

O nosso adversário é o PSD, não os militantes socialistas.

Se eventualmente tivesse surgido outro candidato jamais seria um adversário, mas antes alguém, com um projecto diferente para um objectivo em comum. No Partido Socialista abraçamos a diferença, não lutamos contra ela.

Se ideias diferentes unirem esforços e criarem uma dinâmica em comum, então estão reunidas as condições para uma senda de vitória.

Que experiência tem na política?

Tenho a experiência suficiente para liderar o Partido Socialista. Fui candidato independente na lista à Câmara de Miguel Ventura e fui candidato à Assembleia Municipal nas últimas autárquicas com Rui Silva. Integrei a Comissão Política com Fernando Vale, durante a qual fui Presidente da Mesa da Comissão Política Concelhia. Membro da Secção de Arganil, apresentei uma lista e fui eleito delegado ao Congresso Nacional do Partido Socialista.

Pode dar conhecer a sua equipa? Alguns desses militantes já integravam a Comissão Politica anterior.

Não quero destacar nenhum nome. Todos são igualmente importantes no trabalho que temos de realizar nos próximos dois anos

No horizonte já estão as autárquicas de 2021. Já começa a pensar num candidato?

Felizmente o Partido Socialista de Arganil tem um conjunto considerável de militantes e simpatizantes, com características técnicas e éticas que lhes conferem a capacidade de serem excelentes Presidentes de Câmara e colocarem novamente Arganil no caminho do desenvolvimento.

Que perfil terá que ter na sua opinião um candidato PS para ganhar a Câmara ao PSD?

Tenho uma ideia muito clara do perfil que um candidato do Partido Socialista deve ter.

Acima de tudo, deve ser alguém sério e competente, com a capacidade de transmitir uma imagem de confiança ao eleitorado do nosso Concelho, cada vez mais descontente com a situação a que o Concelho de Arganil foi votado nos últimos anos. Deve ser um candidato que reúna um consenso o mais alargado possível. e Deve igualmente ser detentor das qualidades humanas que contribuam definitivamente para terminar com todas as injustiças que de há muitos anos para cá se verificam no nosso Concelho.

Em 2017 o PS perdeu por poucos votos. Julga que o PS irá, desta vez, conseguir reconquistar a Câmara?

Claro que sim! A maioria dos comentários que leio e ouço e as abordagens que me são feitas pelos munícipes, revelam um cansaço e falta de confiança neste executivo autárquico do PSD para que consiga inverter o actual ciclo de desenvolvimento do Concelho. O PS de Arganil terá sem dúvida alguma a equipa capaz de inverter este ciclo, devolvendo a Arganil o prestígio que merece e aos seus munícipes a esperança num futuro melhor.

Como avalia o trabalho desenvolvido pelo PSD ao longo destes dois anos?

Não se podem separar estes últimos dois anos dos anteriores doze. Basta olhar, todas as semanas, para as fotografias da imprensa local para verificar que os protagonistas são os mesmos e as políticas iguais ou piores. A avaliação é obviamente muito negativa. Há uma apatia na resolução das questões determinantes, para o Concelho, patente numa absoluta falta de estratégia para o futuro. Dou alguns exemplos. A reabilitação urbana de Arganil encontra-se parada há dois anos e não resolve qualquer problema estrutural da vila.

Também a inexistência de uma política arrojada de aposta na juventude ou na fixação de população, são um exemplo desta apatia. Como resultado destes catorze anos de falta de estratégia do PSD, o número de munícipes está a reduzir-se drasticamente levando ao despovoamento progressivo do Concelho de Arganil. Estamos a 175 eleitores de deixarmos de ser um executivo com 7 vereadores e 21 deputados eleitos, para passarmos para 5 e 15 respectivamente. Não se conhece igualmente nenhuma estratégia de sedução ao investimento e à fixação de empresas, por forma a valorizar o território concelhio como um todo e ajudar a fixar pessoas e manter o Concelho activo.

Isto vem a propósito do projecto recentemente aprovado para o alargamento da Zona Industrial da Relvinha, um investimento potencial para o Concelho, mas cujos objectivos tememos que não sejam atingidos devido à falta de estratégia e à apatia que já referi.

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