Inaugurado em 2008, mas fechado alguns anos depois, o Centro Interpretativo de Arte Rupestre de Chãs d´Égua, Piódão, está novamente activo, tendo a sua reabertura decorrido ontem, Dia Internacional dos Museus. Com cerca de 100 rochas gravadas, este Núcleo, teve ontem entrada gratuita, contando os visitantes com uma visita guiada, pelo arqueólogo Fernando Neves, responsável pelo Centro. Doravante, o Centro estará aberto ao público no primeiro sábado de cada mês, até Setembro, entre as 9h:00 e as 17h:00 e de segunda a sexta-feira para visitas monitorizadas em grupo, (entre 20 a 25 pessoas), mediante marcação prévia. Ontem, antes da visita ao espaço museológico do Núcleo, Rui Pereira, aproveitou para reforçar, na sessão de reabertura que, “temos muitas figuras espalhadas por aí, por diversas povoações da nossa freguesia, mas faltam caminhos de acesso para essas figuras”. Visivelmente satisfeito pela reabertura do Núcleo, o presidente da direcção da União e Progresso de Chãs D´Égua, relembrou que “quando abriu, há dez anos, esta infra-estrutura teve de facto algum fulgor, mas por vicissitudes várias acabou por ser fechada”. Já, José da Conceição Lopes, é de opinião que “tem que se ter uma grande sensibilidade para interpretar a arte rupestre”, sugerindo a criação de uma rota. “Devia haver uma ligação com Foz Côa e até com Castelo Branco que também tem figuras interessantes”, alvitrou o presidente da Junta de Freguesia do Piódão, sustentando que “a arte rupestre é um turismo específico, que nem todos se propõem a visitar”. O autarca local, sublinhou ainda, a importância de se “criarem pólos atractivos em diversas povoações do Piódão e não apenas na freguesia”, pois, explicou, “não queríamos que o turismo se centrasse unicamente na aldeia do Piódão”. Até porque, secundou, “temos condições para diversificar o turismo pela freguesia toda”, confessando que, “esse é o meu objectivo e o meu sonho”. “É com muito orgulho e regozijo que me encontro aqui hoje, Dia Internacional dos Museus, e quisemos assinalar no nosso concelho, este dia, de forma significativa, e como tínhamos este Centro nestas condições, achámos que seria de todo pertinente, reabri-lo neste dia”, confessou Paula Dinis. A vice-presidente da Câmara Municipal de Arganil considerou, “muito importante ter estas infra-estruturas a funcionar na sua plenitude para corresponder as expectativas de todos que nos visitam”, afirmando que “somente com as sinergias de todos, das colectividades, Juntas de Freguesias, agentes turísticos e até da população é que conseguiremos levar a bom porto e aos poucos irmos desenvolvendo o turismo do nosso concelho, de forma estruturada e sustentada”. A edil deixou ainda “palavras elogiosas”, ao arqueólogo Fernando Neves, que, “está connosco á algum tempo e tem sido um grande impulsionar no estudo e defesa do nosso património”, felicitando-o, “pelo trabalho desenvolvido” e frisando que será aquele responsável a conduzir as visitas guiadas dos turistas, pois, sustentou, “é a pessoa mais indicada, que tem mais conhecimentos sobre esta matéria e que poderá dar todo um conjunto de explicações”. Afirmando que “ainda há muita para descobrir”, Paula Dinis, adiantou que “já temos o percurso para o Núcleo da Pedra Negra e para a Freixieira”. A visita ao Centro Interpretativo contou ainda com a presença de Helena Moura, em representação da Direcção Regional da Cultura do Centro.