A Comissão Politica Concelhia do Partido Socialista, em comunicado enviado á imprensa, dá a conhecer a declaração de voto do PS relativamente á proposta de orçamento e Grandes Opções do Plano para 2017 apresentada pelo executivo de maioria social-democrata. Miguel Ventura e João Pedro Pimentel votaram contra o orçamento e as GOP.
“Com o aproximar do final deste ciclo autárquico, estamos perante os últimos documentos previsionais da responsabilidade do actual Executivo Municipal. Não podemos deixar de evidenciar que ao longo deste mandato, os Vereadores do PS nunca tenham sido chamados pela maioria para contribuir com as suas propostas. Também fomos eleitos e também temos responsabilidades. E assumimo-las! Por isso, ao longo do mandato, apresentámos várias propostas concretas, fundamentadas, quantificadas que contribuiriam para a melhoria da qualidade de vida dos Arganilenses. Lamentamos profundamente que nunca tenham merecido qualquer acolhimento por parte da maioria. Tal é demonstrativo da dificuldade que o PSD tem em ouvir outras opiniões e promover uma cultura mais democrática e participativa dos cidadãos na vida autárquica. É, com certeza, esta a razão para que o nosso Concelho seja dos únicos na nossa Região que não tem implementado o Orçamento Participativo, que temos vindo a defender desde 2009!Após a análise possível do Relatório do Orçamento para 2017, verificamos que estamos perante uma proposta de continuidade, sem novidades, a não ser a forte Influência exercida pela proximidade das eleições autárquicas de 2017. Ou seja, este é um orçamento com grande pendor eleitoralista.Com efeito, só ao fim de 11 anos a Maioria do PSD se propõe a concretizar alguns investimentos essenciais para os Arganilenses, como sejam as redes de saneamento e de águas ou a rede viária municipal que foram secundarizados face às avultadas intervenções executadas em anteriores mandatos, cujo contributo para o bem-estar dos cidadãos é cada vez mais questionável.
Como sempre afirmámos, a reabilitação da Cerâmica Arganilense, da forma como foi implementada, afectou seriamente o futuro do Concelho, e tal é agora evidente e inquestionável. Não podemos deixar de referir a nova atitude do Governo do PS para com o Poder Local, reconhecendo a sua importância através do reforço das transferências do Estado em 3,2%, o maior aumento dos últimos 8 anos. Este é um orçamento eleitoralista e ilusório porquanto continua a preverreceitassignificativasemrubricasquetêmtidoumaexecuçãoigual a zero nos últimos anos. É o caso das receitas de capital com origem em Sociedades privadas que prevê um encaixe de 4 milhões de euros, aspecto demonstrativo de um documento que não traduz rigor e seriedade. No que se refere às Grandes Opções do Plano e não obstante estarmos de acordo com algumas das intervenções preconizadas, por exemplo ao nível da acção social escolar, do saneamento, das águas e da rede viária, este não é o nosso orçamento. Os estudantes do Ensino Superior oriundos de famílias carenciadas continuam a não beneficiar de uma bolsa atribuída pelo seu Município, que minimize o esforço que têm de efectuar. Arganil é o único Concelho da Região onde tal acontece, apesar dos Vereadores do PS terem proposto a criação de um Regulamento! A acção social exclui o apoio a uma população relevante no Concelho, os mais idosos, sendo que o Município não concede qualquer apoio para a actividade desenvolvida pelas IPSS. Perante o isolamento geográfico em que se encontram muitas pessoas, não foi dada continuidade ao projecto de teleassistência ao domicílio, após concluído o anterior CLDS. Também nestas matérias o PS apresentou contributos, nunca aceites! Consideramos redutor que o projecto de requalificação urbana de Arganil não permita a recuperação de algum património edificado de responsabilidade municipal, como é ocaso do edifício recentemente demolido, junto à Praça Simões Dias ou a beneficiação das Ruas Condessa das Canas e Comendador Cruz Pereira. Ao nível do Turismo, praias fluviais como a Peneda Talhada ou a reabilitação da Lomba do Canho, não fazem parte das intenções do Município para 2017, continuando assim a ao abandono! Também a antiga proposta do PS para criação de uma ciclovia no vale do Alva, nunca mereceu a devida atenção. Quanto ao Museu do Rali previsto desde 2014, sentimos que o entusiasmo de outros tempos esmoreceu, pelo que a sua concretização pode estar em causa. Qual a alternativa se tal ocorrer? Responda quem souber. Registamos como positivo o investimento na requalificação da Zona Industrial da Relvinha, pelo que a bem de quem aí investiu e trabalha esperamos que o mesmo seja uma realidade. No entanto, não podemos deixar de evidenciar o facto de que existem outras áreas de acolhimento empresarial no Concelho que continuam desprezadas”.