Após catorze anos no Posto da GNR de Arganil, onde desempenhou na maior parte do tempo o cargo de adjunto de comando, Mário Gaio foi transferido para a Escola Prática da GNR em Queluz, tendo-se apresentado ontem ao serviço. Em Arganil, deixou “muitas saudades” e a promessa de “voltar para fazer uma visita”.
Assumindo ser um “homem de família” o cabo-chefe Gaio revelou ao RCA Noticias que o motivo pelo qual pediu transferência para a área de Lisboa foi precisamente pelo facto “de lá se encontrar toda a minha família”. “Custa-me sair daqui, a minha vida está toda aqui, tenho cá uma casa, mas vou abdicar de tudo isso em prol dos meus filhos, da minha família”, revelou Mário Gaio, sublinhando no entanto que “o que me faz sentir melhor é precisamente isso, o facto de ter lá a minha família e também porque vou para um local que já conheço e onde já vivi”. A transferência foi requerida há cerca de três meses, como tal, o cabo-chefe recebeu a notícia de que o pedido tinha sido deferido, com “um misto de emoções”, uma vez que sustentou, “foi tudo muito rápido e quando soube que tinha sido transferido tive vários sentimentos, alegria mas ao mesmo tempo custa um bocado, pois foram muitos anos em Arganil e neste posto”. Assim sendo e como não “tive oportunidade de me despedir de toda a gente”, aproveitou a ocasião para “deixar um forte abraço a todos”. De Arganil e da quase década e meia em que esteve no Posto da GNR só leva “boas recordações”, revelando que “passei aqui momentos inesquecíveis e conheci pessoas maravilhosas, não só a população em geral, como os próprios militares da GNR que são espectaculares”. Em termos de balanço, Mário Gaio considera que “fizemos muitos bons serviços em prol da população e acho que na generalidade todos ficaram satisfeitos com o meu trabalho”, pois reforçou, “pautei sempre o meu desempenho profissional pela imparcialidade, ser igual para toda a gente e isso acaba por marcar a diferença”. “Somando tudo, e fazendo um balanço, considero que foi muito salutar estar aqui e conhecer tanta gente boa como conheci e que faço questão de vir visitar”, sublinhou ainda o cabo-chefe. Recordando os motivos pelos quais decidiu ingressar na GNR, já lá vão quase vinte e seis anos, Mário Gaio informa que se deveu essencialmente ao facto de “ser uma pessoa muita activa, tal como esta profissão que abrange muitas áreas”, sublinhando porem que “a investigação criminal e o trânsito são as áreas que mais me cativam”. Relativamente ao seu percurso profissional, o cabo-chefe Gaio revela que começou por tirar um curso de nove meses em Portalegre, tendo em seguida ido estagiar para o Algarve, (Lagos), tendo sido colocado posteriormente em Lagoa e em seguida em Sintra. Entretanto tirou o curso em Queluz para puder ser promovido a cabo, o que aconteceu, tendo ido novamente estagiar para o Algarve, tendo depois sido colocado no Regimento de Infantaria de Lisboa e posteriormente novamente em Sintra, na Malveira da Serra onde esteve três anos. Entretanto surgiu a possibilidade de tirar o curso de sargentos, mas isso significava “ter que mudar novamente para outro local e não quis, pois gosto muito de estar com a família, motivo pelo qual pedi transferência agora”, reafirmou o cabo-chefe. Mário Gaio revela ainda que veio para Arganil porque “cheguei a um determinado momento na minha vida em que queria viver num local mais calmo para aí criar os meus filhos”, optando por Arganil “porque a minha mãe é do vizinho concelho de Oliveira do Hospital e porque também tinha um amigo desta zona que me falava muito bem daqui”. Assim sendo, refere, “vim até cá, verifiquei que a vila tinha tudo o que era preciso para uma família viver, alem do muito verde, e cativou-me de imediato”. Agora e uma vez que a família voltou para Lisboa, foi para lá que regressou “para estar junto da família que é o que mais amo”, declarou.