Ana Rita Bessa, deputada do CDS, acompanhada pelo líder da distrital de Coimbra do partido, Luís Lagos, visitou a Santa Casa da Misericórdia de Arganil dando assim “sequência a uma política de proximidade e auscultação de diversas entidades”. Os centristas tiveram assim oportunidade de visitar as diversas respostas sociais da instituição e tomar conhecimento de diversos projectos, como é o caso da recuperação do antigo hospital Condessa das Canas e a sua eventual inclusão na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Em seguida, na cerimónia de recepção, que teve lugar no salão nobre da Misericórdia, Dias Coimbra, provedor da instituição, sublinhou que “todas as delegações partidárias são bem-vindas, porque para a instituição ajudar os outros, também precisa da ajuda dos responsáveis políticos”. Ainda assim, declarou, “as instituições não estão ao serviço dos partidos e muito menos poderão ser partidarizadas, pelo que esta é mais uma razão para que não se tente qualquer municipalização das organizações da Sociedade Civil, designadamente das Instituições de Solidariedade Social e, claro está, das Misericórdias”. Ana Rita Bessa, por seu lado, frisou a “diferença de paradigma que separa o CDS do actual Governo”, afirmando que,“assistimos hoje a uma estatização da área da cooperação social, com o Estado a querer assumir o controle das respostas sociais, quando são as instituições de solidariedade que têm assegurado à várias décadas a intervenção de proximidade junto das comunidades locais”. No entender da deputada do CDS, “o caminho na área social, como noutras áreas, deve ser de parceria e não de centralismo”, uma vez que, sustentou, “o Estado não tem a capacidade para estar em todo lado, pelo que terá que optar, devendo assumir o papel de regulador e apoiante da iniciativa destas instituições, mas nunca o de querer controlar estas organizações, algumas delas bem anteriores ao próprio Estado como o conhecemos hoje”. Luís Lagos centrou a sua intervenção na política local, afirmando existir “um Arganil antes e depois do Professor Coimbra”, que na sua opinião, “é uma referência que ninguém pode apagar ou esquecer, independentemente do partido político no poder”. O líder da distrital recordou ainda que nas décadas de 80/90 “Arganil competia de igual para igual com outros concelhos, tendo conseguido várias vitórias, como foi o caso da abertura do Centro de Emprego e Formação profissional ou a recuperação da Quinta do Mosteiro, sem esquecer a valorização da aldeia do Piódão”, não esquecendo “o facto de Arganil ter sido um dos concelhos fundadores da Associação nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), tendo esta vila acolhido uma das reuniões decisivas em 1984”. O também empresário Oliveirense destacou ainda a “industrialização que teve e da qual hoje pouco resta, ou mesmo o Rali que teve em Arganil os troços mais emblemáticos e que fizeram parte do mundial, sem esquecer os museus que, infelizmente, já não existem abertos ao público”. “Tudo isto teve o dedo do Professor Coimbra. Hoje, Arganil precisa de uma revolução de mentalidades”, declarou Luís Lagos, frisando que “depois da política activa, o Professor Coimbra colocou-se ao serviço da Misericórdia de Arganil, tornando-a uma referência nacional, ao ponto de ter sido recebido pelo Papa Francisco, ao qual ofereceu uma obra da sua autoria em nome de todas as Misericórdias de Portugal”.