Francisca Dores tem apenas 19 anos, estuda Tecnologia da Comunicação Audiovisual na Escola Superior de Medias Artes e Design, em Vila do Conde e arrecadou o maior prémio da 3.ª edição do Cinedita – Festival de Curtas de Arganil. Com a curta “Abel”, na categoria “ficção”, a aluna, que quando produziu o filme estudava na Escola Soares dos Reis, conquistou o prémio, “a melhor curta – metragem da noite”, auferindo 400 euros, num patrocínio da Câmara Municipal de Arganil. Contactada pelo RCA , a jovem universitária confessa que este prémio “foi uma notícia bastante inesperada”. “Compreendo que o meu filme poderá ser um pouco denso, pelo tema que retrata, e por isso mesmo foi uma boa surpresa”, acrescentou ainda, adiantando que doravante, “gostaria de continuar a realizar e a produzir filmes”. Para Francisca Dores, o cinema, “é essencial”, sublinhando que “ é um ponto de partida e um meio para melhor me exprimir, face ao que me envolve”. Todavia, dá a conhecer que, “a escrita de argumento e a composição sonora são também fortes áreas de interesse”, as quais, também “procurei explorar aquando da realização da curta Abel”. A Escola Secundária de Arganil foi igualmente contemplada com um prémio, tendo a aluna Andreia Carvalho, ganho a melhor curta, na categoria, documentário, com o filme, “Afonso – O cauteleiro”, uma figura carismática da vila de Arganil. Já na categoria ficção, foi a curta “Quero Morrer” de Richard Remédios, Pedro Santos e David Remédios do Centro de Estudos de Fátima, enquanto que na categoria animação, a vencedora foi a curta, “Não sejas Camelo” de Catarina, Hugo e Mariana, Externato Senhora do Carmo, Lousada, Casa Museu de Vilar. Por fim, na categoria experimental, venceu “Icosaedro, o corpo e o espaço”, de Ana Resende, Escola Artística Soares dos Reis. Cada uma destas curtas ganhou 150 euros, oferta da Junta de Freguesia de Arganil, SKA abilities Consulting, Associação de Juventude de Góis e da empresa Advanced Green. Refira-se que as curtas foram avaliadas por um júri, constituído por quatro elementos, designadamente, José Paulo Santos, jornalista da TVI, Tânia Duarte, realizadora e docente de cinema de animação, Sérgio Duarte, videógrafo do ano de 2018 e Manuel Marques, argumentista. “Este festival não seria possível sem a parceria da autarquia, dos mecenas que nos apoiaram nos prémios e de um magnífico júri que nos garante a selecção das curtas de melhor qualidade”, reforçou, no final da gala, e visivelmente satisfeita Anabela Soares. O realizador escolhido para esta edição foi Steven Spilberg, patente na elaboração dos cenários da gala e, tendo o espectáculo, que decorreu no auditório da Cerâmica Arganilense e que teve lotação esgotada, iniciado, precisamente com um apontamento musical dos filmes deste realizador, organizado pelos alunos do ensino articulado do pólo do Conservatório de Musica de Coimbra, em Arganil. Agradecendo a presença de todos, numa noite repleta de “glamour”, a directora do Agrupamento de Escolas de Arganil confessou que “é um enorme orgulho perceber que a nossa escola se organiza em torno das artes, do cinema e da música, para termos esta noite magnífica”. “Obviamente que é uma opinião de quem apoia incondicionalmente esta iniciativa”, acrescentou, convicta todavia de que, “a cultura cinematográfica veio para ficar em Arganil”, e que, “definitivamente, este festival é um marco da escola na comunidade, um contributo cultural de elevada qualidade, realizado pelos alunos dos cursos profissionais de multimédia e de vídeo e pelos professores Bárbara Almeida, Bruno Maganinho e Vânia Silva”. “Para o ano, que as escolas continuem a concorrer, para irmos para a 4.ª edição”, vaticinou a dirigente. E, como a gala decorreu no Dia Mundial do Bombeiro, a organização do Cinedita não esqueceu os soldados da paz de Arganil, tendo o espectáculo terminado com um filme elaborado pelo ateliê de vídeo e fotografia Ideal Concept, como forma de os homenagear. “O filme emocionou todos os que se encontravam na sala”, frisou, Anabela Soares.